Se durante um almoço em família alguma criança curiosa perguntar de onde vêm as verduras, frutas e hortaliças que estão na mesa, a resposta automática é que são plantadas na terra, certo? Nem sempre. Existem outras formas de cultivo, e uma das que vêm ganhando destaque é a hidroponia, quando as plantas não crescem fixadas ao solo, e sim na água. Neste caso, os nutrientes que elas necessitam para se desenvolver são dissolvidos na água que passa por suas raízes.
A hidroponia também pode ser auxiliada pelo uso de outros substratos como: cascalho, areia, vermiculita, perlita, lã de rocha, serragem, casca de árvore, etc., aos quais são adicionados uma solução de nutrientes contendo elementos essenciais para o desenvolvimento da planta.
Atualmente, a alface é a espécie mais cultivada, mas também pode-se plantar couve, melão, rúcula, brócolis, berinjela, tomate, arroz, morango, feijão-vagem, salsa, repolho, agrião, trigo, pepino, pimentão, forrageiras para alimentação animal, mudas de árvores e plantas ornamentais.
A técnica é uma alternativa bastante utilizada em países como Holanda, França, Estados Unidos e Japão, que apresentam condições adversas de clima, área e solo. No Brasil, a região Sudeste – especialmente o estado de São Paulo – concentra a principal produção hidropônica, mas o processo também é usado em outros estados e regiões do país. Além da comercialização com fins alimentícios, a hidroponia também é muito utilizada para estudo da potencialidade das plantas e alimentação animal.
O processo de hidroponia apresenta várias vantagens em relação às formas de cultivo tradicionais, como: crescimento mais rápido; maior produtividade; aumento da proteção contra doenças, pragas e insetos nas plantas; economia de água de até 70% em comparação à agricultura tradicional; possibilidade de plantio fora de época e rápido retorno econômico; assim como menores riscos perante as adversidades climáticas.
Na hidroponia, a planta não entra em contato com o solo e recebe os sais minerais que precisa em proporção equilibrada, dissolvidos em água. O resultado é uma planta mais forte e sadia, com qualidade nutricional e sabor equivalente aos vegetais produzidos nas práticas tradicionais de cultivo.
Mas o maior atrativo do sistema hidropônico é a isenção de resíduos agrotóxicos. Ao utilizar a hidroponia, o agricultor também evita a degradação dos solos e a agressão ao ambiente, além de economizar, pois reduz o uso de produtos químicos e a preocupação com a desinfestação de áreas para o plantio.
Dentre as desvantagens, está o alto custo inicial do processo, devido à necessidade de terraplenagens, construção de estufas, mesas, bancadas, sistemas hidráulicos e elétricos. Os equipamentos utilizados nas culturas hidropônicas devem ser mais sofisticados e precisos que os do cultivo no solo, o que torna sua aquisição, instalação e manutenção bem mais caras.
A grande dependência de energia elétrica exige gastos com prevenção tanto à sua falta quanto à falta de água. Qualquer falha ou erro de manejo pode acarretar um prejuízo bem maior e mais grave do que na agricultura tradicional, pois o sistema hidropônico é muito mais vulnerável.
Além disso, para que o negócio seja lucrativo, é necessário bastante conhecimento técnico e fisiológico: o agricultor precisa ficar atento à escolha das espécies de plantas mais adequadas, ao uso de recipientes apropriados e à aplicação correta de fertilizantes e materiais básicos para se obter sucesso com o cultivo hidropônico.
Artigo visto em http://www.oeco.org.br