Tomate hidropônico: um cultivo em plena expansão no Brasil

De acordo com a Wikipédia, a  hidroponia é a técnica de cultivo sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta.

Nesta forma de cultivo, as plantas são colocadas em canais ou recipientes por onde circula uma solução nutritiva, composta de água pura e de nutrientes dissolvidos em quantidades individuais que atendam as necessidades de cada espécie vegetal cultivada.

Esses canais ou recipientes podem ou não ter algum meio de sustentação para as plantas, o substrato, como pedras ou areia. A solução nutritiva tem um controle rigoroso para manter suas características. Periodicamente é feito um monitoramento de pH e de concentração de nutrientes, assim as plantas crescem sob as melhores condições possíveis.

Os cultivos hidropônicos possibilitam a obtenção de produtos de boa qualidade quando comparados aos sistemas convencionais, devido à maior uniformidade na colheita e eficiência no uso da água para fins de irrigação.

No sistema hidropônico, a produtividade é o grande trunfo e desde que se conduza uma nutrição bem balanceada, pode-se contar com safras bastante estimulantes podendo chegar, em média, a quatro vezes mais que as médias de campo.

No Brasil, a hidroponia é uma atividade recente e já se destaca como a grande revelação dos meios produtivos. No início, a técnica teve grande salto com o cultivo da alface, que foi o grande responsável pela sua difusão no Brasil. Outros vegetais ficaram, durante este tempo, restritos a pequenas áreas experimentais sem representação no mercado, como é o caso do tomate.

O tomate é consumido tanto “in natura” como na forma de produtos processados pela indústria, portanto, é uma das principais hortaliças consumidas no mundo, com grande importância econômica.

O tomate produzido em sistema de hidroponia não apresenta dificuldade de comercialização. Em primeiro lugar, porque é uma hortaliça de alto consumo no Brasil, em segundo, porque é um produto de elevada qualidade, em terceiro, que a oferta do produto é constante. Se você tiver uma embalagem bem produzida, apelativa, o seu produto vai ser vendido mais no mercado.

“Pensando na constância dessa oferta, essa facilita a colocação do produto diretamente em supermercados, e a qualidade desse produto exige uma embalagem diferenciada, para que o seu produto tenha uma boa aceitação e atenda ao seu consumidor”, afirma o professor Fabrício Rossi do curso Hidroponia – Cultivo de tomate, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

O aumento na produtividade do tomateiro, produzido por meio de cultivo hidropônico, tem sido de 20% a 25% maior que o obtido pelo cultivo em solo, em virtude de diversos fatores, em alguns casos devido ao solo extremamente pobre ou devido à presença de insetos e doenças.As maiores vantagens do cultivo hidropônico frente ao cultivo tradicional são: maior eficiência na regulação da nutrição, possibilidade de emprego em diversas regiões do mundo com carência de terras cultiváveis, utilização mais eficiente da água e dos fertilizantes e maior densidade de plantio, resultando num incremento na produtividade.Com relação ao cultivo com terra, a hidroponia apresenta as seguintes vantagens:
– Pode ser implantada em pequenas áreas (por exemplo, próximo ao comércio);
– Quanto ao seu desenvolvimento, as plantas são mais uniformes;
– Utiliza o mínimo de agrotóxicos;
– A colheita é mais precoce;
– Possibilita rápido retorno econômico;
– O plantio dura todo o ano (sazonalidade).Como vantagens desse sistema, destacam-se a melhor utilização de luz suplementar, o fácil acesso para manuseio das plantas (podas, desbastes de frutos, pulverização, polinização e colheita) e o aumento da eficiência de trabalho pela automatização e escalonamento das colheitas.

Observando um sistema hidropônico de tomates, pode-se constatar a ocorrência de grande número de brotações, o que demonstra, portanto, que sua propagação vegetativa é viável. A propagação vegetativa do tomateiro é uma das alternativas para se reduzir os custos de produção de mudas, e a estaquia é a técnica de maior viabilidade econômica para o estabelecimento de plantios clonais, por permitir a multiplicação de genótipos selecionados, em curto período de tempo, a um menor custo.

Vários modelos de sistemas hidropônicos têm sido adotados, com variações na infraestrutura. Nos sistemas mais simples, o mínimo de equipamento é utilizado gastando, basicamente, além da estufa com bancadas, recipiente para solução nutritiva, canalizações para condução da solução, estrutura para suporte dos substratos e das plantas, e conjunto moto-bomba, para recalque da solução nutritiva.

No caso do tomateiro, que é uma planta muito exigente, é praticamente impossível pensar em hidroponia sem relacioná-la com ambientes protegidos. A estufa é a estrutura utilizada basicamente com objetivo de aquecer o ambiente e evitar os prejuízos de excessos de chuvas e geadas.

Sistema aberto e sistema fechado
Dentre os sistemas de hidroponia utilizados, hoje, no Brasil e no mundo, nós temos basicamente dois tipos: o sistema fechado e o sistema aberto. No sistema fechado, a solução nutritiva é bombeada na parte superior do sistema hidropônico e atravessa por gravidade o sistema molhando as raízes e nutrindo as plantas. No sistema aberto, a água é bombeada por um sistema de gotejo onde a planta é nutrida e a solução nutritiva não retorna à caixa contenedora.Solução nutritiva
Um dos pontos mais importantes do cultivo hidropônico é a formulação da solução nutritiva. São 16 os elementos essenciais às plantas. Três são nutrientes não-minerais e são incorporados pelas plantas através da água e da atmosfera. Treze são nutrientes minerais, absorvidos pelas raízes das plantas. São divididos em dois grupos, os macronutrientes (absorvidos em maior quantidade) e os micronutrientes (não menos importantes, somente absorvidos em menores quantidades).Preparo da solução nutritiva
O primeiro passo é determinar a quantidade de solução nutritiva que será preparada. Para isto, faça o cálculo, baseando-se no volume de solução que será utilizada por planta; para tomate, recomenda-se utilizar de 4 a 7 L de solução nutritiva por planta. Quando se utilizam substratos para o crescimento das raízes (areia, cascalho, vermiculita, entre outros), a solução nutritiva deve ser aplicada com uma frequência que não permita nunca a secagem do substrato ou seu encharcamento prolongado.Para o preparo da solução nutritiva, siga os passos a seguir:
1. Preencha metade do recipiente onde ficará a solução nutritiva com água.
2. Dissolva os sais, um a um, em um balde com água.
3. Adicione um a um ao reservatório.
4. Prepare uma solução estoque de micronutriente, dissolvendo-os um a um, em um balde com água, menos o Ferro, que deverá ser queletizado.
5. Adicione os micronutrientes à solução nutritiva.
6. Utilize a relação de 1:1,20 g de Sulfato Ferroso para Na2 EDTA.
– Dilua 10 g de Sulfato Ferroso (Fe2SO4 . 7 H2O ) em 1L de água quente
– Dilua 12 g de EDTA dissódico (Na2 EDTA) em 1 L de água quente
– Verta lentamente. A solução de EDTA dissódico na solução de Sulfato Ferroso
– Agite bem a mistura.
7. Adicione os dois litros da solução Fe-EDTA para cada 1.000 L de solução nutritiva.
8. Complete o volume do recipiente com água.

A solução nutritiva, ou o substrato sólido que a recebe, deve ficar protegida da luz para evitar o desenvolvimento de algas, as quais competirão por nutrientes com as plantas e, ou exsudarão substâncias nocivas a elas.

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Por Silvana Teixeira

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