Nos substratos temos principalmente dos grupos, inertes e orgânicos. Estes podem ter origem mineral, fóssil, mistura de ambos ou ser um produto criado pelo homem. São usados em todo tipo de cultivos desde os tradicionais ate os mais modernos. A seguir vamos falar dos mais conhecidos e usados.
Turfa ou Peat Moss – combustível fóssil, a idade geológica é recente, resultante da decomposição de vegetais em ambiente de água doce.
Antes de apodrecerem os vegetais foram carbonizados.
É formada basicamente por musgo (Sphagnum), juncos e outros vegetais e se as condições fossem favoráveis teria virado carvão vegetal.
Contém macronutrientes nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre e micronutrientes cobre, ferro, manganês, zinco, molibdênio e níquel, além de substâncias húmicas, ácidos fúlvicos e humina, compostos orgânicos.
O pH fica de 3,0 a 3,3, muito ácido.
Vermiculita – é um mineral micáceo natural do grupo dos filosilicatados, que expande até duas vezes ao ser aquecido, sólido, coloração bege.
A vermiculita expandida não é combustível, é insolúvel em água, resistente a mofos e estéril.
São fornecidas em granulometrias grande, média, fina, superfina e mícron e muito utilizadas na construção civil para isolamento térmico, acústico, etc.
Seu pH é de 7,5 a 8,5.
Casca de tungue – proveniente de uma árvore (Aleurites fordii Heens) cuja madeira é utilizada para fabricação de tintas e vernizes.
Após período de exposição do material a céu aberto pode ser utilizado como substrato.
Apresenta diversas granulometrias, seu pH fica em torno de 7,0, muito alto para a maioria das plantas.
Sua velocidade de decomposição é lenta, devido à presença de ligninas e taninos que, no entanto não causam problemas de cultivo de plantas no substrato.
Contém carbono orgânico, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, cobre, zinco, sódio e boro.
No entanto possui alta umidade após drenagem, o que indica que a mistura com outros substratos de maior capacidade de drenagem, como casca de arroz carbonizada, poderá funcionar melhor.
Casca, fibra ou pó de coco, coxim – oriundo da indústria de beneficiamento do coco ou de recolhimento em locais de uso do produto in natura, foi pesquisado e tem sido utilizado pelos produtores para substrato de produção de sementeiras e estacas.
Contem lignina, celulose e hemicelulose, fração esta facilmente decomposta pelos micro-organismos e tanino.
Na casca há compostos tóxicos de cloreto de potássio sendo necessário lavar o material para lixiviar.
Pode ser fornecido com várias granulometrias de 2,0 a 0,50mm.
Contém nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, sódio, cálcio, cobre, manganês, zinco e matéria orgânica.
Sua densidade apresenta aumento ao longo do tempo, bem como a retenção de água.
Casca de pinus – proveniente da indústria de produção de madeira, resíduo que tem sido aproveitado após pesquisas, como ornamento de jardins e mais recentemente como substrato para produção de estacas de plantas.
Seu pH é baixo 3,7, apresenta relativa retenção de água nas granulométrias menores como as de 5 a 7mm.
Apresenta grande quantidade de tanino e lignina e deve ser parcialmente decomposta e sofrer lixiviação para evitar que afete o desenvolvimento das plantas.
Casca de arroz carbonizado – proveniente da indústria de beneficiamento do arroz e queimada em fornos como combustível ou in natura para queima pelo produtor, tem sido o material mais barato, leve e que mais resultados tem dado para a produção de estaquia e sementeiras.
Dos seus componentes possui traços de nutrientes ( 0,7%N,0,2%P e 0,32%K), baixa retenção de água, pouca densidade e baixa compactação, o que a torna ideal para sementeiras e estaquia em tubetes.
Areia – usada em construção civil possui várias granulometrias e é facilmente encontrada.
A compactação aumenta conforme diminui a granulometria, tem baixa capacidade de retenção de água e é mais eficiente em enraizamento de estacas e como mistura com outros substratos.
Espuma fenólica – oriunda da indústria petroquímica, este material foi testado com sucesso na formação de bandejas para sementeiras.
Não é biodegradável.
Perlita – material vulcânico processado na indústria com vapor para expansão, é inerte, pH 7,0, mantém temperatura estável mesmo ao sol,capacidade de manter umidade para estaquia e sementeiras.
Pode ser usada sozinha ou em misturas com turfa e cascas de tungue, pinus ou coco.
Isopor – tem sido usado para arejamento de substratos, é inerte, leve e não retém água. Insolúvel, dificilmente degradável e poluente.
Serragem – proveniente do beneficiamento da madeira tem alta quantidade de lignina e tanino.
Pode ser de granulometria grosseira até fina, tem grande capacidade de retenção de água e serve para misturas com outros substratos.
Tijolo reciclado – sobras de demolições têm sido testadas como substrato para plantas após ser moído e lavado.
Contém restos de cimento o que torna inviável para cultivo de plantas tipo azálea.
É usado na Europa como base de substrato para telhado vivo.
Brita – material da construção civil tem sido usado com sucesso no cultivo de orquídeas e bromélias.
Tem baixa retenção de água e nutrientes, e não degrada, mas é pesada para vasos pendentes.
Húmus de minhoca – cultivadores comercializam a terra processada pela minhoca para uso em substratos, misturada com outros ingredientes.
Contém muitos nutrientes, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, ferro, manganês, enxofre, zinco e boro. Seu pH é 7,0.
Argila expandida – material de construção civil tem sido usada com sucesso nos cultivos hidropônicos tanto na Europa, Israel e EUA.
Tem uma alta retenção de água, alem de ter uma boa relação umidade/ar. Material leve prefeito para o uso em vasos, bandejas, etc.
Lã de rocha – material de construção civil para isolamento térmico e acústico, tem sido usado nos cultivos hidropônicos na Europa, Israel e EUA . Tem uma boa distribuição de água e controle do CE (Condutividade) no sistema de cultivo, alem de uma boa aeração e umidade melhorando a drenagem e evitando o apodrecimento das raízes. Isto cria um ambiente de raiz saudável com um controle excelente e um melhor crescimento na distribuição do sistema radicular.
A lã de rocha é um material inerte, reciclável e biodegradável, resistente a fungos e pragas, ideal para uso em cultivos hidropônicos (hidroponia).
Artigo visto em: www.fazfacil.com.br