Alface hidropônica – controle de pragas e doenças causadas por vírus

O melhor meio de controle das doenças causadas por virus na alface hidropônica é a prevenção, mas a utilização de armadilhas e a limpeza adequada do inetrior da estufa também são bastante eficazes para evitar que a cultura da alface seja atigida.

Em cultivares de alface de cabeça crespa, o vírus do mosaico da alface ocasiona o aparecimento de pontuações, distorções foliares e a redução do crescimento.
Controlar doenças na cultura da alface hidropônica é difícil devido às características próprias do sistema, além da falta de informações sobre o uso de produtos químicos nesse tipo de cultivo. Os produtos que existem no mercado foram elaborados e testados para o cultivo da alface no campo e não para o cultivo por hidroponia. Por isso, o melhor meio de controle doenças causadas por vírus na alface hidropônica é a prevenção, não deixando que afetem o sistema de produção.

Doenças ocasionadas por vírus
Vírus do mosaico da alface (Lettuce mosaic virus)

Sintomas
Os sintomas são variáveis de acordo com a variedade, com a idade em que a planta foi infectada e com as condições ambientais. Em plantas adultas do grupo manteiga provoca mosqueado, distorção e amarelecimento das folhas, podendo ocorrer necrose nas nervuras, resultando na má formação da cabeça. Nas plantas jovens, as folhas interiores ficam subdesenvolvidas e inclinam-se para o centro. O clareamento das nervuras e mosaico são comumente encontrados em plantas jovens e adultas. Nas cultivares do grupo Romana, causa clareamento de nervuras e mosqueado bem visíveis nas plantas jovens, as quais tornam-se atrofiadas, originando uma cabeça pequena.

“Em cultivares de alface de cabeça crespa, ocasiona o aparecimento de pontuações, distorções foliares e a redução do crescimento, principalmente quando a infecção acontece no estágio inicial de desenvolvimento das plantas”, afirmam os professores Liliane de Diana Teixeira, Valdir Atsushi Yuki e Octávio Nakano, do curso Hidroponia – Controle de pragas e doenças na Alface, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

A síndrome conhecida por June Yellows, que consiste em amarelecimento das folhas externas e subdesenvolvimento da planta, ocorre nas cultivares do grupo americano. De uma maneira geral, nas plantas mais velhas, os sintomas de mosaico são substituídos por um bronzeamento uniforme sobre todas as folhas. Durante o pendoamento, mosqueado e áreas necróticas são observadas nas brácteas da inflorescência. A produção de sementes é severamente afetada. Os isolados mais agressivos provocam severa redução do crescimento, necrose e podem levar as plantas à morte.

Agentes causais

Diversos vírus provocam sintomas de mosaico e mosqueado em alface no Brasil:

-Vírus do mosaico do picão (Bidens mosaic virus);
-Vírus do mosqueado da alface (Lettuce mottle virus);
-Vírus do mosaico do pepino (Cucumber mosaic virus);
-Vírus do mosaico do nabo (Turnip mosaic virus);

O vírus do mosaico da alface (Lettuce mosaic virus) é o vírus de maior importância e mundialmente disseminado, certamente devido ao intercâmbio de sementes. É uma espécie do gênero Potyvirus, possui partículas de estrutura filamentosa e flexuosa, medindo aproximadamente 730 nm de comprimento e 13 nm de diâmetro. Apresenta ampla gama de hospedeiros, incluindo 121 espécies vegetais, pertencentes a 17 famílias botânicas, como Amaranthaceae, Brassicaceae, Cucurbitaceae, Geraniaceae, Leguminosae, Malvaceae, Chenopodiaceae, Solanaceae, entre outros. O LMV é transmitido por meio de sementes e por afídeos de maneira não persistente.

Este tospovírus provoca manchas marrons necróticas e bronzeamento nas folhas, geralmente em um
lado da planta, além de um acentuado subdesenvolvimento.

Tospovírus ou vira-cabeça

Sintomas

Este tospovírus provoca manchas marrons necróticas e bronzeamento nas folhas, geralmente em um lado da planta, além de um acentuado subdesenvolvimento. A ocorrência de infecções sistêmicas são identificadas por uma murcha marginal, amarelecimento e bronzeamento de folhas internas e nervura central das folhas.

Agente causal

A doença é causada por um vírus do gênero Tospovírus, o TSWV do tomateiro (Tomato spotted wilt virus). Possui ampla gama de hospedeiros, incluindo espécies vegetais em 33 famílias de dicotiledôneas e em 5 famílias de monocotiledôneas. É transmitido por tripesde maneira persistente, principalmente Thrips tabaci e espécies do gênero Frankliniella, em especial Frankliniella occidentalis.

Controle das viroses

Uso de armadilhas

As armadilhas servem tanto para monitoramento quanto para o controle dos insetos, especialmente aqueles vetores de doenças, como os tripes e os pulgões. Existem vários tipos de armadilhas adesivas. As de cor amarela são mais indicadas para atrair pulgões, as azuis ou brancas atraem os tripes. Essas armadilhas são construídas com tábuas de compensado retangulares e fitas de dupla face colante, que podem variar de 20 a 30 cm de largura. As tábuas devem ser untadas com stik, cola própria para inseto, ou com óleo de cárter ou óleo de câmbio, SAR 120, que é mais grosso. Assim, mais indicado para a captura dos tripes e dos pulgões que chegam à cultura. Deve-se utilizar aproximadamente uma armadilha para cada cinco metros quadrados.

Limpeza

A limpeza no interior da estufa, bem como em suas proximidades, é essencial. Recomenda-se a eliminação de todas as plantas daninhas que porventura surgirem no chão da estufa, em um raio de 5 a 10 metros ao redor desta. Várias espécies de plantas daninhas são hospedeiras de diversas viroses. Dessa forma, funcionam como um reservatório de vírus na propriedade.

Água com sabão

Uma mistura de água com sabão em pó a 0,3 a 0,5 % pode ser utilizada para controlar os pulgões. Esta mistura não apresenta eficiência para os tripes.

Mudas

As mudas devem ser produzidas em local bem protegido, livre da incidência de insetos, separado da área de produção. As sementes utilizadas devem ser de qualidade garantida, se possível, certificadas e semeadas em substrato limpo. Uma muda de boa qualidade é o início do sucesso do cultivo da alface hidropônica.

Pintura do sombrite

A pintura do sombrite lateral das estufas, do lado externo, com a cor prateada, funciona como repelente contra insetos, minimizando a entrada de insetos como o trips e o pulgão no interior da estufa.

Por Andreá Oliveira

Artigo visto em: http://www.cpt.com.br/

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