Como cultivar com Argila expandida
A argila expandida é um meio de cultivo muito utilizado no mundo tudo, principalmente na hidroponía. Trata-se de um árido cerâmico muito leve misturado com ferro. Tem passado por diferentes processos prévios antes de poder ser utilizada, como o processo de cozimento, no qual se calcina o ferro criando poros na argila fazendola mais leve. São muitos seus usos, alem de utilizar-se para o cultivo hidropônico, também é muito usada na construção como aislante térmico, etc.
O tamanho da argila expandida varia sendo o tamanho menores 5 mm e os mais grandes de 15 mm, aproximadamente. Cabe destacar que a argila expandida de maior tamanho aguentará mais facilmente a umidade e durante mais tempo que a de menor volume.
Neste artigo nos centraremos a explicar como utilizar adequadamente a argila expandida para poder cultivar sem problemas em este meio de cultivo hidropônico.
Qual sistema de cultivo utilizar com argila expandida?
Os sistemas de cultivo hidropônicos são muitos e variados de modo que primeiro deveremos de ter claro que tipo de sistema de cultivo pode-se usar com argila. Este substrato nós permite utilizar basicamente dos sistemas de irrigação nos sistemas de recirculação como são o de inundação ou mareia (Ebb & Flood System) e o sistema de irrigação via gotejadores em vasos ou bandejas (Wilma System).
Como estabilizar a argila expandida antes de seu uso?
A argila não é estéril e pode conter resíduos e impurezas que se dissolverão no deposito fazendo variar a concentração de EC e pH. Antes de usar deverão se limpar e estabilizar devidamente.
O método para limpar a argila é muito simples e fácil. Esta se coloca dentro de um balde ou deposito cheio de água com o pH estável em 5.5 durante 24-48 horas para que a argila fique livre de impurezas com o pH estabilizado.
Durante o tempo que dure a estabilização deveremos de ir trocando o água, uma vez ao dia, para tirar as impurezas da argila, deixando de novo o pH em 5.5 para poder finalmente usar adequadamente a argila.
Senão realiza este processo é muito possível que se produzam alterações bruscas do pH e EC repercutindo negativamente nas plantas durante toso o cultivo.
Sistemas de cultivo por inundação (Ebb & Flow System)
Os sistemas de cultivo por inundação estão compostos por uma bandeja grande e profunda de uns 10 cm como mínimo na qual depositaremos a argila como se for um vaso. Esta bandeja tem um buraco no qual um tubo colocado em vertical será o encarregado de marcar os limites ou margens para a inundação de modo que se a bomba de água não parar, não aconteçam surpresas e transborde a água de irrigação por encima da bandeja alagando o recinto de cultivo.
A irrigação neste sistema de cultivo hidropônico diferira um pouco das irrigações típicas dos sistemas por gotejamento. Nos sistemas de inundação a duração do processo de irrigação entre que enche o tanque até que este fica vazio não devera ser superior a 20 minutos. A dosagem da irrigação variara segundo o estado das plantas de modo que poderemos começar com 2 irrigações e terminar com 5-6 irrigações afinal da floração tendo em conta sempre as necessidades das plantas.
Para cultivar neste tipo de sistema, antes deveremos plantar as estacas ou sementes em pequenos blocos de lã de rocha de 4 x 4 cm ou nas bandejas de 3,5 x 3,5 cm de modo que primeiro possam ter um bom desenvolvimento radicular para posteriormente poder começar o cultivo vigorosamente.
Uma vez tenhamos as plantas nos blocos de lã de rocha e estes estejam bem enraizados colocaremos os blocos dentro da argila expandida fazendo que a lã fique coberta pela argila evitando que a luz afeite as raízes para um melhor e ótimo desenvolvimento destas.
Deveremos ter em conta que se terá que trocar a solução nutritiva do reservatório quando passemos as plantas à floração já que inicialmente estaremos utilizando um adubo de crescimento para a fase vegetativa e este não seria o adequado para a floração das plantas. Alem disso, a EC será mais alta ou baixa dependendo da etapa da vida em que se encontre a planta. É possível realizar uma manutenção da solução nutritiva de modo que quando se observe um descenso da EC ou do nível da água encheremos com água adicionando os adubos até que a EC desejada, deixando preparado o reservatório para a seguinte semana.
Observações: Neste tipo de sistemas podem se usar diferentes tipos de fertilizantes sendo aconselhável que estes sejam fertilizantes minerais quelatados, mas podem ser usados conjuntamente fertilizantes orgânicos líquidos ou organominerais, mas com um baixo teor de COT (Carbono Orgânico Total) para evitar entupimentos no sistema.
Sistema de irrigação por gotejamento (Wilma System)
Nos sistemas de irrigação por gotejamento cultivando com argila expandida deveremos ter em conta a distribuição dos ponteiros, espetos ou gotejadores (gota a gota) para conseguir ter uma distribuição equitativa da umidade nos vasos. É importante que todo o recinto do cultivo contenha a mesma umidade ou pelo menos que seja muito similar. Não seria acertado irrigar só meio vaso já que as raízes só desenvolveriam onde houvesse umidade.
Também será importante ter em conta vários fatores como a higrometria. Se tivermos uma umidade alta com pouca ventilação á umidade persistira mais e as irrigações deverão ser em menor quantidade e mais espaçosas em tempo. Pelo contrario se temos uma umidade mais baixa do habitual e uma renovação do ar constante junto com ventiladores, a umidade residual sera menor á habitual e as irrigações deveram ser mais seguidas e de uma maior duração.
Nestes sistemas de cultivo hidropônicos em que as raízes estão pouco protegidas pelo substrato deveremos aportar algum elemento que nos ajude a protegê-las de possíveis apodrecimentos radiculares, doenças, vírus, etc.
Nos sistemas de irrigação por gotejamento se fará necessário uma manutenção dos gotejadores e condutos já que acumulam sais nos gotejadores que poderia chegar a entupir estes ou a reduzir significativamente seu caudal, com o que as plantas se vereiam afeitadas.
Observações: Neste tipo de sistemas se usam sempre fertilizantes minerais quelatados, ou seja, fertilizantes específicos para cultivo hidropônico. Nunca utilizaremos fertilizantes que não sejam quelatados, nem fertilizantes orgânicos.
Como adubar cultivando em Argila expandida?
A argila é um substrato muito oxigenado no qual as raízes se envolvem entorno á argila estando em contato direito com a água de irrigação.
Os níveis de EC nestes sistemas de cultivo deverão ser menores em comparação a um cultivo com substrato de coco. A EC da solução nutritiva não devera superar os 0.6 ms/cm (milisiemens por cm) e iremos aumentando esta à medida que as plantas vão crescendo sem chegar a sobre passar os 1-1.2 ms/cm durante o período de crescimento a não ser que requeiram de grandes crescimentos para plantas mães.
Quando o sistema radicular este bem formado e a planta há crescido, sendo esta já mais resistente que nos primeiros estádios de vida, poderemos aumentar a EC pouco a pouco para que não falte nunca nutrientes.
Entrada já na 2º semana de floração poderá utilizar uma EC de 1.3-1.4 ms/cm e manteremos estes parâmetros até a 4º semana de floração na que as flores ou frutos começam a tomar volume.
Nas semanas 5-6 e 7 poderemos aportar uns níveis de EC altos com uma EC de até 1.5-1.6 ms/cm ou mais tendo em conta sempre as necessidades nutritivas das plantas segundo sua etapa de vida. Durante estas semanas deveremos aumentar as dosagens das irrigações já que a demanda de solução nutritiva ira aumentando e deste modo tentar dar ás plantas a melhor alimentação para criar uns grandes e lindos frutos.
Afinal do cultivo e durante as duas ultimas semanas, trocaremos a solução nutritiva do reservatório ou tanque por água misturada com um flush ou ripen a ph regulado a 6.2 ajudando ás plantas desfazer-se dos nutrientes que ficam no metabolismo destas junto as sais minerais coladas ao sistema radicular obtendo melhores resultados nos frutos finais.
Como realizar o lavado das raízes
Nos cultivos hidropônicos nos quais se utiliza irrigações com recirculação pode-se utilizar um reservatório auxiliar para realizar os lavados das raízes. Desse modo, evitaremos ter que vaziar o reservatório principal no caso de uma sobre fertilização salvaguardando os adubos utilizados para a composição da solução nutritiva. Devera-se adequar a drenagem ao reservatório auxiliar para evitar misturar os conteúdos de ambos os reservatórios, o auxiliar e o principal.
Para realizar um bom lavado, encheremos o reservatório auxiliar com água junto com uma EC muito baixa, o mais perto a EC 0.0 ms/cm. Misturaremos esta água com enzimas ou um Flush, no caso de ser a final da floração, para ajudar a arrastar todos os sais do substrato e das raízes deixando-as limpas para que se possam recuperar em poucos dias, evacuando o excesso de nutrientes por osmose inversa.
Quando as plantas já tenham perdido o excesso de nutrientes ou se observe uma clara melhora procederemos a volver a irrigar com a solução nutritiva do reservatório principal, porem, antes deverá de adequar a EC do reservatório á EC que realmente necessitam as plantas. Procederemos diluindo o conteúdo do reservatório com água co uma EC o mais baixa possível para reduzir uns pontos a EC final da solução nutritiva.
Cabe dizer que há variedades de plantas muito distintas entre elas com grandes diferencias em quanto a suas necessidades de nutrição de modo que se aconselha que nos cultivos hidropônicos se cultivem variedades de plantas com necessidades nutritivas similares. É possível realizar uma divisão do reservatório e do sistema de irrigação para poder utilizar dos sistemas com soluções nutritivas diferentes segundo as necessidades de cada espécie, mas isto não é recomendável já que terá muito mais trabalho alem de poder errar nas medições, etc…